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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Dokudo de Musashi


O Dokudo de Musashi

Musashi compilou uma lista de preceitos, que são conhecidos como Dokudo (o caminho da auto-confiança). A tradução abaixo apareceu no Japanese Sword Society/US newsletter. A tradução em inglês foi feita em 1965 pelo professor Giichiro Ikeda.







O caminho da Auto-confiança
  1. Eu nunca ajo contrário à moralidade tradicional.
  2. Eu não sou parcial com nada e nem com ninguém.
  3. Eu nunca tento arrebatar um momento de sossego.
  4. Eu penso humildemente de mim e grandemente para o público.
  5. Sou inteiramente livre de ganância em toda minha vida.
  6. Eu nunca lamento o que já fiz.
  7. Eu nunca invejo a boa sorte dos outros, mesmo estando com má sorte.
  8. Eu nunca aflijo-me por qualquer um, qualquer coisa ou qualquer tempo.
  9. Eu nunca censuro ninguém, ou me censuro para alguém.
  10. Eu nunca sonho em apaixonar-me por uma mulher.
  11. Gostar e não gostar de algo, é um sentimento que não tenho.
  12. Qualquer que seja a minha moradia, eu não tenho nenhuma objeção à ela.
  13. Eu nunca desejo um alimento saboroso.
  14. Eu nunca tenho objetos antigos ou curiosos em meu poder.
  15. Eu nunca faço purificação ou obstinência para proteger-me do mal.
  16. Eu não tenho apreço por nenhum objeto, exceto espadas e outras armas.
  17. Eu nunca daria minha vida por uma causa injusta.
  18. Eu nunca desejo possuir bens que tornem minha velhice confortável.
  19. Eu adoro deuses e budas, mas nunca penso em depender deles.
  20. Eu prefiro me matar do que desonrar meu bom nome.
  21. Nunca, nem por um momento sequer, meu coração e minha alma desviaram-se do caminho da espada.
12 de maio de 1645 - Shinmen Musashi

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O SIGNIFICADO DA PALAVRA “OSS!”


O SIGNIFICADO DA PALAVRA “OSS!
A PALAVRA OSS é uma contração da palavra em Japonês ossishinobu, equivalente ao nosso bom dia ou boa tarde etc. A Palavra Oss, de origem japonesa, torna-se praticamente uma linguagem veicular no mundo do Karatê, compreendida e trocada no meio de numerosos praticantes de varias nacionalidades, não somente nas ocasiões de encontros cotidianos, mas também para substituir as expressões tais como: Muito obrigado, Prazer, Até logo, Ouvi, Compreendi, etc. Ela deve ser emitida do baixo ventre e ser acompanhada de uma saudação apropriada, que denote respeito, simpatia e confiança ao próximo.
Oss, transcrição fonética, se escreve, de fato, com dois caracteres chineses:

O primeiro caractere, que significa literalmente pressionar, simboliza o espírito combativo, a importância do esforço e de afrontar todos os obstáculos, forçar o caminho e avançar com uma atitude positiva e imutável. O segundo caractere, que significa sofrer exprime a coragem e o espírito de perseverança; suportar as dores e resistir os momentos de depressão com paciência e sem renunciar, guardando sempre o moral alto. A juventude possui estas capacidades físicas e morais para afrontar todas as provações, é isto que define a juventude, entre tanto elas serão mantidas e desenvolvidas somente por um esforço cotidiano perseverante. O talento não tem nenhum valor sem o trabalho.
A expressão Oss chama os jovens ao esforço máximo para que eles tomem uma resolução, se comuniquem e se encorajem mutuamente, estando depois assim educados para escolher seu caminho e vocação. Quando ela foi empregada pela primeira vez, entre alunos da Escola Naval Japonesa, já evocava seus princípios. A palavra Oss não deve ser pronunciada levianamente. Desde já reexamine sua atitude, postura, estado de espírito, pronunciação e sua harmonia.O busto se declina sempre mantendo o tronco reto, queixo retraído, articulando então a palavra. O movimento, a respiração e a articulação assim executada contribuem para preencher o baixo ventre com o Ki e a força.Parte inferior do formulário.
De acordo com princípios de AUN, quando se emite Oss a respiração e o som são IN. AUN, um método de respiração para atingir a harmonia com o universo, significa Céu e Terra, Yin e Yang, Inyo, os quais são componentes opostos (elementos positivos e negativos), que formam nosso Universo.

domingo, 5 de junho de 2011

AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 4: BUDÔ E TODOME-WAZA


  1. BUDÔ
O karatê-do tradicional tem por base a filosofia do budô. O Dr. Imamura, da Universidade de Waseda, identifica no elemento bu o conceito de controle da violência, da disciplina de vida. Segundo o mesmo autor, significa método, doutrina ou caminho.
O uso de armas acompanha a história do homem desde a sua existência e, infelizmente, ainda existem conflitos entre os seres humanos. A prática correta das artes marciais nos ensina a conviver com esta realidade, vivenciar na prática os nossos instintos que, às vezes, se tornam negativos ou positivos para a sociedade. A luta, como prática regular e adequada de atividade física, ensina a controlar os impulsos agressivos. O conflito, a vingança, etc., não trazem bom resultados, o que se pode conseguir praticando as artes marciais com finalidade educativa, para a obtenção do equilíbrio e da tranqüilidade física e mental.
Para um bom desempenho em situações de competições, o praticante deve ter em vista, como um dos pontos, o budô. Isto é, ser cortês e ter atitude respeitosa. Isso irá influenciar todo o ambiente; não se esquecer das palavras do mestre Funakoshi: “O karatê se inicia e termina com os cumprimentos de cortesia”. Assim, habituar-se a uma conduta de respeito em relação aos outros, evitando que a luta seja pura manifestação de instintos primitivos. No karatê, se não há disciplina, a violência impera. Ainda, o cumprimento não deve ser falso, um disfarce de más intenções, mas deve surgir de uma convicção interior, como demonstração de serenidade, firmeza e integridade de cada lutador.
Comemorações excessivas após a vitória sobre um oponente em um campeonato são falta de respeito e de budô e, podem até desclassificar o vencedor. Devemos respeitar o oponente, pois, nem sempre vence o melhor em um campeonato, como o seria em um duelo envolvendo a vida e a morte. Também não devemos usar palavras difamadoras ou de baixo calão com os nossos companheiros de treino ou oponentes de luta.

  1. TODOME-WAZA
          No karatê-do tradicional não se enfatiza a seqüência de golpes como em algumas artes marciais. Enfatizamos o Todome-waza (golpe definitivo) – onde um único golpe destrói o poder ofensivo do oponente, por isso apenas o ippon como pontuação máxima, e não nihon e sanbon como no karatê esporte. Com os treinamentos de kumitê, que é o combate real, utilizamos conhecimentos de kihon, kata e en-bu, testando nossas habilidades e aplicando a técnica de acordo com o adversário, buscando sempre o Todome-Waza (golpe definitivo), pois o karatê é arte de golpe único.
Segundo Nishiyama (2007) todome-waza é um golpe definitivo, onde o poder ofensivo do oponente é destruido com um único golpe, podendo ser Tsuki (soco), Uchi (golpe de percursão, Ate (choque ou impacto), ou Keri (chute).
As técnicas de luta de okinawa, ou seja, todome-waza, requerem anos de treinamento dos exercícios de base, que tem por objetivo alcançar velocidade, capacidade e rapidez de contração, focalização precisa, reunião e desencadeamento das forças em cada golpe. Esta busca de técnicas eficientes é denominada todome-waza.

BIBLIOGRAFIA


NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NISHIYAMA, Hidetaka. Competition Rules, Copyright by: International traditional federation, Inc. (Hidetaka Nishiyama, Chairman), 2007.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.

AS TÉCNICAS DO KARATÊ PARTE 3: GO-NO-SEN, TAI-NO-SEN, SEN-NO-SEN


  1.      GO-NO-SEN
É um estado de plena atividade mental, de atenção. Exerce-se uma forte pressão mental no adversário, fica-se aguardando e, logo após o término do seu ataque, em estado de completo jitsu, realiza-se o contra ataque (ação em dois tempos).

       2.      TAI-NO-SEN

É um trabalho de alta técnica que envolve uma reação motora. Tai significa esperar a intenção do adversário, aproveitar o momento da sua ação, “sugar” a sua força e contra-atacar, utilizando a força do adversário para vencê-lo (ação em um tempo e meio)

3.      SEN-NO-SEN

Para o praticante de artes marciais japonesas, é muito importante adquirir a percepção antecipada de uma dada situação; prevenir ou perceber a intenção do atacante, antes mesmo que ele realize qualquer reação de ataque e, então, reagir da forma mais adequada possível. Este é considerado o estado ideal, na arte marcial, pois antecipar situações sempre trouxe vantagens indiscutíveis tanto na luta como na vida social (ação em um tempo).

BIBLIOGRAFIA

NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.

sábado, 4 de junho de 2011

AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 2


KARATE SHOTOKAN – TÉCNICAS BÁSICAS


 ILUSTRAÇÃO: BASES DO KARATE


1. BASES


Conforme Nakayama (1987), a aplicação dos golpes com postura adequada é fundamental, pois, no momento do impacto, se produz um forte contra-impacto (Ação e Reação, terceira lei de Newton), que para suportá-lo é importante a firmeza das articulações.
Para a obtenção do máximo de potência, é necessário ter equilíbrio e estabilidade, o que é alcançado com uma forma ou postura correta. Consideramos forma correta o posicionamento equilibrado do corpo desde a base (dachi) de sustentação até o ponto de contato com o adversário.
Quanto à base, é importante ter-se em conta que ao abaixar muito o centro de gravidade (base excessivamente longa), alcança-se maior equilíbrio, mas reduz-se a mobilidade. Portanto, é importante a utilização de uma base firme, porém elástica, que possibilite deslocamentos rápidos sem comprometimento do equilíbrio e da estabilidade. No kumite, isso significa base mais alta e flexível na preparação do golpe e base profunda e firme na finalização do golpe.
Através das técnicas básicas ou fundamentos, inicia-se o estudo do karatê. São movimentos de fácil aprendizado que devemos aperfeiçoar ao longo de vários anos de treinamento vigoroso e constante, a fim de alcançar maior eficiência.
            A forma correta de execução das técnicas proporciona melhor estabilidade articular para suportar o contra-impacto decorrente da aplicação das mesmas (tsuki e keri principalmente), aumentando o equilíbrio e possibilitando a rápida troca de posição do centro de gravidade. O que facilita a passagem de um movimento para outro em grande velocidade.
Uma boa base favorece o trabalho harmonioso de todo o corpo para a ampliação da potência dos golpes. Um ataque ou defesa forte é conseguido somente pela execução de bases corretas. Eles dependem de equilíbrio, liberdade para o giro do quadril, velocidade e força, que são necessários à realização do movimento. Eles dependem também, da cooperação dos músculos agonistas e antagonistas (coordenação da contração / descontração muscular), para alcançar uma forma firme e estável.
Cada base tem um objetivo e deve ser treinada corretamente. A descaracterização da base para torná-la mais confortável, reduz ou elimina a eficiência das técnicas de ataque ou defesa e desacelera ou estagna o progresso do praticante.

BASES MAIS UTILIZADAS

1.1. SHIZEN-TAI - Posição natural. Pernas estendidas, corpo ereto e relaxado, utilizando-se o mínimo de gasto de energia para mantê-lo nesta posição. Pode-se passar facilmente a posição de ataque ou defesa. Engloba diversas formas diferenciadas pela disposição dos pés. Renoji-dachi - pés em L, calcanhares alinhados com distancia de aproximadamente um pé entre eles.
Heiko-dachi - pés paralelos, alinhados, mantendo a distância da largura do quadril para mulheres, ou do ombro para os homens.
Heisoku-dachi - pés unidos, calcanhares e pontas dos pés tocam-se ligeiramente.
Musubi-dachi - pés abduzidos, apontando para fora, os calcanhares se tocam.

1.2. ZENKUTSU-DACHI - Posição avançada - Muito eficiente para trabalhar a força para frente nos ataques. É também utilizada nas defesas.
- Os pés afastam-se no plano sagital em aproximadamente 80 cm e lateralmente na largura do quadril, com toda a planta no chão. A ponta do pé da frente dirige-se para frente ou ligeiramente para o interior, enquanto o pé de trás dirige-se para frente o máximo possível.
- O joelho da perna da frente deve estar flexionado e o da perna de trás manter uma reserva para melhor fixação do tanden. Ambos encontram-se contraídos para fora. Traçando uma linha perpendicular do joelho ao chão, esta deve situar-se ao lado da base do hálux (dedão).
- 60% do peso do corpo são sustentados pela perna da frente, os 40% restantes, pela perna de trás.
- 0 tronco permanece perpendicular ao chão e fortemente assentado sobre o quadril em retroversão (quadril encaixado).

1.3. KOKUTSU-DACHI - Posição recuada - É uma postura muito forte, sendo bastante eficaz para defender ou esquivar para trás ou obliquamente e trocar rapidamente para zenkutsu-dachi no contra-ataque.
- Os pés encontraram-se alinhados e afastados no plano sagital em aproximadamente 80 cm. O pé de trás, apontado para o lado, suporta sobre toda planta 70% do peso do corpo, enquanto o pé da frente, apontado para frente, suporta os 30% restantes. Ambos formam aproximadamente um ângulo de 90° (graus) entre si.
- O joelho da perna de trás dobra-se para o lado e contrai-se fortemente para fora. Uma linha perpendicular ao chão, deve passar pelo meio do joelho e cair ao lado da base do hálux. O joelho da perna da frente acha-se ligeiramente flexionado e apontado para adiante.
- O quadril encaixado assenta o tronco perpendicular ao chão.

1.4. KIBA-DACHI - Posição de cavaleiro - É uma postura muito forte para a aplicação de golpes para os lados. Seu nome é devido à semelhança com a posição de cavalgar.

- Os pés se afastam no plano frontal em aproximadamente 80 cm, mantendo-se alinhados e paralelos. Aderem fortemente ao chão com toda planta.

- Os joelhos dobrados para frente com contração para fora, de forma que a linha perpendicular caia ao lado da base do hálux.

- O peso do corpo divide-se igualmente entre as duas pernas.

- A retroversão do quadril é importante na manutenção do equilíbrio. O tronco deve manter-se perpendicular ao chão.



1.5. SOCHIN-DACHI – Posição imóvel –  É uma combinação de zenkutsu-dachi com kiba-dachi, sendo a perna frontal zenkutsu e a perna de trás kibadachi. Os joelhos são totalmente dobrados, como em kiba-dachi, no entanto a posição dos pés é diferente. Posição excelente para partir-se da defesa para o contra-ataque, sendo considerada uma posição firme, segura.


OBS.: Em todas as bases acima, os joelhos devem ser forçados para fora, manter pressão para a parte externa do corpo e o quadril encaixado deve assentar o tronco perpendicular ao chão, mantendo o tanden em conexão com o kami-tanden (no centro da cabeça, entre as sobrancelhas, olhar e postura da cabeça em relação ao corpo).

BIBLIOGRAFIA

NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.




sexta-feira, 27 de maio de 2011

DOJOKUN EM JAPONÊS E EM PORTUGUÊS COM PRONÚNCIA ESCRITA E SOM


DOJOKUN

DOJOKUN

HITOTSU JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO 
Esforçar-se para formação do caráter
HITOTSU MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO 
Fidelidade ao verdadeiro caminho da razão
HITOTSU DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO 
Criar o intuito de esforço
HITOTSU REIGUI O OMONZURU KOTO 
Respeitar acima de tudo
HITOTSU KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO
Conter o espírito de agressão





sexta-feira, 20 de maio de 2011

AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 1


AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 1
ARMAS DO KARATÊ: FORMA; POTÊNCIA ou "KIME"; USO DA CINTURA PÉLVICA OU "QUADRIL" E; RESPIRAÇÃO.


Os ataques de braço e perna, as defesas e bases do karatê, podem ser aprendidos rapidamente. Porém, para o aperfeiçoamento dessas técnicas, é necessário treiná-las arduamente por longo tempo, chegando, algumas delas, ser impossível atingir um nível ótimo de desempenho. Para tanto, o treinamento constante no sentido de auto superação e o conhecimento biomecânico e fisiológico do corpo humano, são fundamentais.
A investigação cientifica serviu para comprovar e aumentar a eficiência e eficácia dos golpes ensinados ao longo dos anos pelos antigos mestres.
Ao considerar a técnica como sendo o procedimento mais racional e econômico para alcançar o objetivo e levar a efeito as técnicas do KARATE, faz-se necessário observar alguns aspectos que consideramos fundamentais, que são: forma, kime, quadril e respiração, que para efeitos didáticos, apresentamos separadamente.

 

 

1. FORMA

Conforme Nakayama (1987), a aplicação dos golpes com postura adequada é fundamental, pois, no momento do impacto, se produz um forte contra-impacto (Ação e Reação, terceira lei de Newton), que para suportá-lo é importante a firmeza das articulações.
Para a obtenção do máximo de potência, é necessário ter equilíbrio e estabilidade, o que é alcançado com uma forma ou postura correta. Consideramos forma correta o posicionamento equilibrado do corpo desde a base de sustentação até o ponto de contato com o adversário.
Quanto à base, é importante ter-se em conta que ao abaixar muito o centro de gravidade (base excessivamente longa), alcança-se maior equilíbrio, mas reduz-se a mobilidade. Portanto, é importante a utilização de uma base firme, porém elástica, que possibilite deslocamentos rápidos sem comprometimento do equilíbrio e da estabilidade.

 

2. POTÊNCIA ou "KIME"

Para dominar o adversário, o karateca utiliza-se da energia produzida por sua musculatura. Segundo Nakayama (1987, p. 16), "a força eficaz no karatê é a força veloz (potência) ... aquela que se acumula com a velocidade (...) a força que a velocidade consegue concentrar no momento do impacto".
Uma coordenação ótima entre a musculatura agonista (a que realiza o movimento) e a antagonista é importante para que haja velocidade na execução da técnica. Além disso, o aproveitamento máximo da trajetória e a concentração da força (contração de todo o corpo) no momento do impacto são fundamentais para levar a efeito as técnicas do karatê.
Um ponto a destacar é que o excesso de contração durante a execução do golpe diminui a sua velocidade, diminuindo a potência final. Para reagir mais rapidamente, o karateca deve estar com a musculatura relaxada e em alerta.
A contração máxima de todo corpo deve ser apenas na finalização do golpe, durante uma fração de segundo. Ela é a responsável pelo aumento da estabilidade das articulações para resistir ao impacto e contra impacto.

O shime ou kime tem por base o domínio da contrações musculares. Com o uso de um instrumento chamado makiwara, podia-se treinar o momento certo da contração e, com isso, aumentar o impacto de cada golpe. Essa técnica permite que, transmitindo toda a energia num curto espaço de tempo (1/10 de segundo para iniciantes e 1/100 de segundo para os mais avançados), cada golpe adquira a potência de uma bola de aço.

Concluindo-se, kime é a contração final de todos os músculos do corpo no momento do impacto, pelo mínimo tempo possível, salientando-se que antes da realização do golpe, o corpo deve estar em completa descontração – kara (vazio da mente e do corpo). 

 

3. USO DA CINTURA PÉLVICA OU "QUADRIL"

Elo dos membros inferiores ao restante do corpo, o quadril tem participação significativa nas técnicas de ataque e de defesa.
A cintura pélvica produz, em movimento de rotação, grande força centrífuga. Unindo a essa, a velocidade de membros superior ou inferior, multiplica-se a potência do golpe. “... no karatê-do os ataques tanto de braço como de perna, se realizam com o quadril e igualmente as defesas” (Nakayama, 1987, p. 18).
O encaixe do quadril ou retroversão da pelve é responsável pela manutenção do tronco ereto, em posição de equilíbrio, evitando gasto desnecessário de energia. Os músculos da virilha devem ser pressionados, tendo-se a sensação de aproximar o umbigo do 
                                                                                                                                                     3.1 BAIXO ABDOME (TANDEN) E QUADRIS"
TANDEN - A importância do tanden é ensinada desde os tempos antigos. O tanden é o centro de base para a força e o equilíbrio do corpo e o seu centro de gravidade. O tanden é a área atrás do umbigo, no centro do corpo. Uma posição correta dará condições de o karate-ka de manter “encaixadas” as partes superior e inferior do corpo, mantendo o equilíbrio e a perda mínima de energia.
 Se a força concentrada no tanden for acionada durante a execução das técnicas, os ossos da pelve e das coxas ficarão firmemente sustentados pelas coxas, e o tronco pela coluna, o que produzirá técnicas fortes.

 

4. RESPIRAÇÃO

Referimos-nos aqui ao processo de entrada e saída do ar dos pulmões para troca de gases, atendo-nos à importância das fases de inspiração e expiração, na aplicação dos golpes de karatê.
A execução do golpe é precedida pela inspiração normal. No instante do impacto, realiza-se uma expiração forçada buscando a energização do TANDEN. A expiração forçada ocorre pela forte contração dos músculos do abdômen e tórax (interceptais internos) e coincide com o momento em que todo o corpo deve estar cooperando para potencializar ao máximo o kime, aumentando a estabilidade das articulações e equilíbrio corporal na aplicação do golpe. Vale salientar que no karatê budô, essa expiração forçada buscando a energização do TANDEN é feita pala boca e não pelo nariz.

As técnicas utilizadas no karatê devem estar sincronizadas e harmonizadas com a respiração. Sempre expira-se nos golpes que exigem kime (contração final). As seqüências de golpes devem ser realizadas em apenas um ciclo de respiração (expiração parcial em cada golpe ou defesa).

Deve-se evitar o esvaziamento total do ar, sempre reservando 20% deste; se houver a eliminação total do ar, o corpo fica em estado de kyo e não consegue resistir nem reagir convenientemente a um ataque.

BIBLIOGRAFIA

NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CODIGO DE HONRA DOS SAMURAIS e OS SETE PRINCIPIOS DO BUSHI-DÔ - (via do guerreiro)


CODIGO DE HONRA DOS SAMURAIS (Fragmentos)

Não tenho pais, faço do céu e da terra meus pais;
Não tenho lar, faço do saika tandem meu lar;
Não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder;
Não tenho meios, faço da docilidade meus meios;
Não tenho poder mágico, faço da personalidade minha magia;
Não tenho vida nem morte, faço do om (aum) minha vida e minha morte;
Não tenho corpo, faço da fortaleza meu corpo;
Não tenho olhos, faço do relâmpago meus olhos;
Não tenho ouvidos, faço da sensibilidade meus ouvidos;
Não tenho membros, faço da prontidão meus membros;
Não tenho leis, faço da autoproteção minha lei;
Não tenho estratégias, faço da liberdade de matar e ressuscitar minha estratégia;
Não tenho forma, faço da astúcia minha forma;
Não tenho milagres, faço da justiça meus milagres;
Não tenho princípios, faço da adaptabilidade meus princípios;
Não tenho táticas, faço da rapidez minha tática;
Não tenho amigos, faço da minha mente meu amigo;
Não tenho inimigos, faço da imprudência meu inimigo;
Não tenho armaduras, faço da benevolência e da retidão minha armadura;
Não tenho castelo, faço da mente inamovível meu castelo;
Não tenho espada, faço do sonho de minha mente minha espada.

OS SETE PRINCIPIOS DO BUSHI-DÔ - (via do guerreiro)

A via do Samurai, influenciada pela fusão Budo-Xintoísta pode ser resumida em sete princípios essenciais:
1. GI - A verdade. A atitude justa. Quando devemos dormir, devemos dormir, quando devemos lutar, devemos lutar.
2. YU - Bravura
3. JIN - Amor universal
4. REI - O comportamento justo, a cortesia (ocupar harmoniosamente o espaço onde você está).
S. MAKOTO – Sinceridade.
6. MELYO - Honra (consciência real do que se possui).
7. CHUGI - Devoção e lealdade.

domingo, 8 de maio de 2011

O KITEI KATA E O FUKUGO


O KITEI KATA E O FUKUGO
O FUKUGO é uma disputa em que o mesmo atleta disputa em uma rodada kata e na outra kumite.
Para competir nesta categoria é necessária grande habilidade, tanto no combate quanto na execução de kata. Além disso, a prova de kata é constituída do Kata Kitei, kata criado pelo Mestre Hidetaka Nishiyama com cooperação dos mestres Kisak do Goju-ryu e Mabuni do Shito-ryuna década de 80 para as competições de karatê-do tradicional nessa modalidade, visto que no karatê-do tradicional existem competidores de diferentes estilos de karatê, então, nesse kata estão presentes elementos de todos os estilos do Karatê Tradicional, tornando este kata padrão para diversos estilos.
A final do fukugo será sempre com kumitê. A ideia é ter uma modalidade onde o vencedor teria um equilibrio entre kata e kumite.

KITEI KATA AND FUKUGO
FUKUGO is a match in which the same athlete contests a kata and a kumite match alternately.
To compete on this category it's necessary great ability, as much in kumite as in kata. Besides, the kata contest is with the Kitei kitei kata, created by Master Hidetaka Nishiyama with assistance of Goju-ryu Master Kisak and Shito-ryu Master Mabuni in the 80s for the traditional karate competitions on this modality, as in traditional karate there are competitors from different karate styles, so, in this kata, elements from all the traditional karate styles are present, making this kata standard for several styles.
The final in fukugo will always be a kumite match. The idea is to have a modality in which the winner will have balance, equilibrium between kata and kumite.


domingo, 1 de maio de 2011

Kata Shotokan - Série Tekki


*Abaixo de cada kata, vídeo de frente, de costas e bunkai (aplicação) por mestres da JKA.
*Below each kata, front, back and bunkai(application) video by JKA Masters.

NOME: Tekki-Shodan

MOVIMENTOS: 29
TEMPO: 1m
NOME ANTERIOR: Naihanchi
ORIGEM: Itosu (Shuri-te)
CARACTERÍSTICAS: Executado em linha reta e todo ele em Kiba-Dachi. Aplicação para lutas em barcaças ou onde não se tenha espaço para recuar.
SIGNIFICADO: (tetsu = ferro , Ki = cavaleiro ) "Cavaleiro de ferro"

NAME: Tekki-Shodan
MOVIMENTS: 29
TIME: 1m
ANCIENT NAME: Naihanchi
ORIGIN: Itosu (Shuri-te)
CHARACTERISTICSPerformed in a straight line all in kiba-dachi stance. Application for fights in barges or in places where there isn't space to move backward.
MEANING: (tetsu = iron, Ki = horseman, rider) "Iron horseman"



NOME:Tekki-Nidan
MOVIMENTOS: 24
TEMPO: 1m
NOME ANTERIOR: Naihanchi
ORIGEM: Itosu (Shuri-te)
CARACTERÍSTICAS: Um bloqueio para baixo e para o lado pode ser muito fortalecido colocando-se a mão do outro braço contra o cotovelo do braço que bloqueia. Faça uma distinção clara entre o bloqueio com agarro e o bloqueio com gancho.
SIGNIFICADO: (tetsu = ferro , Ki = cavaleiro ) "Cavaleiro de ferro"

NAME: Tekki-Nidan
MOVIMENTS: 24
TIME: 1m
ANCIENT NAME: Naihanchi
ORIGIN: Itosu (Shuri-te)
CHARACTERISTICSPerformed, as tekki 1 in a straight line all in kiba-dachi stance. Application for fights in barges or in places where there isn't space to move backward. A block dwnwards or sidewards may be strengthen placing the other arm hand against the arm which blocks. Make a clear distinction between the hook block and the grasping block.

MEANING: (tetsu = iron, Ki = horseman, rider) "Iron horseman"




NOME :Tekki-Sandan
MOVIMENTOS: 36
TEMPO: 1m
NOME ANTERIOR: Naihanchi
ORIGEM: Itosu (Shuri-te)
CARACTERÍSTICAS: Com este kata pode-se aprender os pontos chaves do bloqueio contínuo de nível intermediário. Não importa quão rápido seja o desempenho, a posição deve ser de força e firmeza, como nos outros katas Tekki'.
SIGNIFICADO: (tetsu = ferro , Ki = cavaleiro ) "Cavaleiro de ferro"



NAME :Tekki-Sandan
MOVEMENTS: 36
TIME: 1m
ANCIENT NAME: Naihanchi
ORIGIN: Itosu (Shuri-te)
CHARACTERISTICS: With this kata we can learn the key points for the intermediate continuous block. It doesn’t mind how the stance must be Strong and firm, like in the other tekki kata.
MEANING: (tetsu = iron, Ki = horseman, rider) "Iron horseman"