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sexta-feira, 20 de maio de 2011

AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 1


AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 1
ARMAS DO KARATÊ: FORMA; POTÊNCIA ou "KIME"; USO DA CINTURA PÉLVICA OU "QUADRIL" E; RESPIRAÇÃO.


Os ataques de braço e perna, as defesas e bases do karatê, podem ser aprendidos rapidamente. Porém, para o aperfeiçoamento dessas técnicas, é necessário treiná-las arduamente por longo tempo, chegando, algumas delas, ser impossível atingir um nível ótimo de desempenho. Para tanto, o treinamento constante no sentido de auto superação e o conhecimento biomecânico e fisiológico do corpo humano, são fundamentais.
A investigação cientifica serviu para comprovar e aumentar a eficiência e eficácia dos golpes ensinados ao longo dos anos pelos antigos mestres.
Ao considerar a técnica como sendo o procedimento mais racional e econômico para alcançar o objetivo e levar a efeito as técnicas do KARATE, faz-se necessário observar alguns aspectos que consideramos fundamentais, que são: forma, kime, quadril e respiração, que para efeitos didáticos, apresentamos separadamente.

 

 

1. FORMA

Conforme Nakayama (1987), a aplicação dos golpes com postura adequada é fundamental, pois, no momento do impacto, se produz um forte contra-impacto (Ação e Reação, terceira lei de Newton), que para suportá-lo é importante a firmeza das articulações.
Para a obtenção do máximo de potência, é necessário ter equilíbrio e estabilidade, o que é alcançado com uma forma ou postura correta. Consideramos forma correta o posicionamento equilibrado do corpo desde a base de sustentação até o ponto de contato com o adversário.
Quanto à base, é importante ter-se em conta que ao abaixar muito o centro de gravidade (base excessivamente longa), alcança-se maior equilíbrio, mas reduz-se a mobilidade. Portanto, é importante a utilização de uma base firme, porém elástica, que possibilite deslocamentos rápidos sem comprometimento do equilíbrio e da estabilidade.

 

2. POTÊNCIA ou "KIME"

Para dominar o adversário, o karateca utiliza-se da energia produzida por sua musculatura. Segundo Nakayama (1987, p. 16), "a força eficaz no karatê é a força veloz (potência) ... aquela que se acumula com a velocidade (...) a força que a velocidade consegue concentrar no momento do impacto".
Uma coordenação ótima entre a musculatura agonista (a que realiza o movimento) e a antagonista é importante para que haja velocidade na execução da técnica. Além disso, o aproveitamento máximo da trajetória e a concentração da força (contração de todo o corpo) no momento do impacto são fundamentais para levar a efeito as técnicas do karatê.
Um ponto a destacar é que o excesso de contração durante a execução do golpe diminui a sua velocidade, diminuindo a potência final. Para reagir mais rapidamente, o karateca deve estar com a musculatura relaxada e em alerta.
A contração máxima de todo corpo deve ser apenas na finalização do golpe, durante uma fração de segundo. Ela é a responsável pelo aumento da estabilidade das articulações para resistir ao impacto e contra impacto.

O shime ou kime tem por base o domínio da contrações musculares. Com o uso de um instrumento chamado makiwara, podia-se treinar o momento certo da contração e, com isso, aumentar o impacto de cada golpe. Essa técnica permite que, transmitindo toda a energia num curto espaço de tempo (1/10 de segundo para iniciantes e 1/100 de segundo para os mais avançados), cada golpe adquira a potência de uma bola de aço.

Concluindo-se, kime é a contração final de todos os músculos do corpo no momento do impacto, pelo mínimo tempo possível, salientando-se que antes da realização do golpe, o corpo deve estar em completa descontração – kara (vazio da mente e do corpo). 

 

3. USO DA CINTURA PÉLVICA OU "QUADRIL"

Elo dos membros inferiores ao restante do corpo, o quadril tem participação significativa nas técnicas de ataque e de defesa.
A cintura pélvica produz, em movimento de rotação, grande força centrífuga. Unindo a essa, a velocidade de membros superior ou inferior, multiplica-se a potência do golpe. “... no karatê-do os ataques tanto de braço como de perna, se realizam com o quadril e igualmente as defesas” (Nakayama, 1987, p. 18).
O encaixe do quadril ou retroversão da pelve é responsável pela manutenção do tronco ereto, em posição de equilíbrio, evitando gasto desnecessário de energia. Os músculos da virilha devem ser pressionados, tendo-se a sensação de aproximar o umbigo do 
                                                                                                                                                     3.1 BAIXO ABDOME (TANDEN) E QUADRIS"
TANDEN - A importância do tanden é ensinada desde os tempos antigos. O tanden é o centro de base para a força e o equilíbrio do corpo e o seu centro de gravidade. O tanden é a área atrás do umbigo, no centro do corpo. Uma posição correta dará condições de o karate-ka de manter “encaixadas” as partes superior e inferior do corpo, mantendo o equilíbrio e a perda mínima de energia.
 Se a força concentrada no tanden for acionada durante a execução das técnicas, os ossos da pelve e das coxas ficarão firmemente sustentados pelas coxas, e o tronco pela coluna, o que produzirá técnicas fortes.

 

4. RESPIRAÇÃO

Referimos-nos aqui ao processo de entrada e saída do ar dos pulmões para troca de gases, atendo-nos à importância das fases de inspiração e expiração, na aplicação dos golpes de karatê.
A execução do golpe é precedida pela inspiração normal. No instante do impacto, realiza-se uma expiração forçada buscando a energização do TANDEN. A expiração forçada ocorre pela forte contração dos músculos do abdômen e tórax (interceptais internos) e coincide com o momento em que todo o corpo deve estar cooperando para potencializar ao máximo o kime, aumentando a estabilidade das articulações e equilíbrio corporal na aplicação do golpe. Vale salientar que no karatê budô, essa expiração forçada buscando a energização do TANDEN é feita pala boca e não pelo nariz.

As técnicas utilizadas no karatê devem estar sincronizadas e harmonizadas com a respiração. Sempre expira-se nos golpes que exigem kime (contração final). As seqüências de golpes devem ser realizadas em apenas um ciclo de respiração (expiração parcial em cada golpe ou defesa).

Deve-se evitar o esvaziamento total do ar, sempre reservando 20% deste; se houver a eliminação total do ar, o corpo fica em estado de kyo e não consegue resistir nem reagir convenientemente a um ataque.

BIBLIOGRAFIA

NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.

6 comentários:

  1. Oss Otimo poste ansioso pela segunda parte =D

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  2. Difícil é fazer tudo isso junto.....!
    Precisa de muito treino!!!

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  3. OSS! Ótima explicação. Tudo exatamente como se vê nos treinos. Só em entender essa parte técnica já é uma grande ajuda porque tentando a gente vê o quão difícil é.

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  4. OSS!sensei é muito bom pra a gente aprender e conhecer mais o karate,eu tenho um texto parecido com esse e as técnicas é exatamente como a gente ta treinando...
    Que pena que nao é tão fácil fazer,como compreender.

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  5. AI POIS PARA MIM É TUDO DIFICIL FAZER E ENTENDER RSRS , MAIS COM PACIENCIA A GENTE APRENDE. MAS AGORA DESENHADO KKK É MAIS FÁCIL MESMO .OSS!

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  6. O UNICO GOLPE QUE EU NÃO LEMBRO TER TREINADO FOI WASHIDE. ACHEI LEGAL NA PARTE 1 DE FORMA QUANDO FALA QUE A BASE MAIOR PERDE MENOS EQUILIBRIO E A MENOR TEM MAIS RAPIDEZ.EU PERCEBI ISSO JÁ QUE MINHA BASE ERA BEM GRANDE E EU ESTOU TENTANDO ADAPTA-LA PARA PEQUENA .OSS

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