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segunda-feira, 20 de junho de 2011

O SIGNIFICADO DA PALAVRA “OSS!”


O SIGNIFICADO DA PALAVRA “OSS!
A PALAVRA OSS é uma contração da palavra em Japonês ossishinobu, equivalente ao nosso bom dia ou boa tarde etc. A Palavra Oss, de origem japonesa, torna-se praticamente uma linguagem veicular no mundo do Karatê, compreendida e trocada no meio de numerosos praticantes de varias nacionalidades, não somente nas ocasiões de encontros cotidianos, mas também para substituir as expressões tais como: Muito obrigado, Prazer, Até logo, Ouvi, Compreendi, etc. Ela deve ser emitida do baixo ventre e ser acompanhada de uma saudação apropriada, que denote respeito, simpatia e confiança ao próximo.
Oss, transcrição fonética, se escreve, de fato, com dois caracteres chineses:

O primeiro caractere, que significa literalmente pressionar, simboliza o espírito combativo, a importância do esforço e de afrontar todos os obstáculos, forçar o caminho e avançar com uma atitude positiva e imutável. O segundo caractere, que significa sofrer exprime a coragem e o espírito de perseverança; suportar as dores e resistir os momentos de depressão com paciência e sem renunciar, guardando sempre o moral alto. A juventude possui estas capacidades físicas e morais para afrontar todas as provações, é isto que define a juventude, entre tanto elas serão mantidas e desenvolvidas somente por um esforço cotidiano perseverante. O talento não tem nenhum valor sem o trabalho.
A expressão Oss chama os jovens ao esforço máximo para que eles tomem uma resolução, se comuniquem e se encorajem mutuamente, estando depois assim educados para escolher seu caminho e vocação. Quando ela foi empregada pela primeira vez, entre alunos da Escola Naval Japonesa, já evocava seus princípios. A palavra Oss não deve ser pronunciada levianamente. Desde já reexamine sua atitude, postura, estado de espírito, pronunciação e sua harmonia.O busto se declina sempre mantendo o tronco reto, queixo retraído, articulando então a palavra. O movimento, a respiração e a articulação assim executada contribuem para preencher o baixo ventre com o Ki e a força.Parte inferior do formulário.
De acordo com princípios de AUN, quando se emite Oss a respiração e o som são IN. AUN, um método de respiração para atingir a harmonia com o universo, significa Céu e Terra, Yin e Yang, Inyo, os quais são componentes opostos (elementos positivos e negativos), que formam nosso Universo.

domingo, 5 de junho de 2011

AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 4: BUDÔ E TODOME-WAZA


  1. BUDÔ
O karatê-do tradicional tem por base a filosofia do budô. O Dr. Imamura, da Universidade de Waseda, identifica no elemento bu o conceito de controle da violência, da disciplina de vida. Segundo o mesmo autor, significa método, doutrina ou caminho.
O uso de armas acompanha a história do homem desde a sua existência e, infelizmente, ainda existem conflitos entre os seres humanos. A prática correta das artes marciais nos ensina a conviver com esta realidade, vivenciar na prática os nossos instintos que, às vezes, se tornam negativos ou positivos para a sociedade. A luta, como prática regular e adequada de atividade física, ensina a controlar os impulsos agressivos. O conflito, a vingança, etc., não trazem bom resultados, o que se pode conseguir praticando as artes marciais com finalidade educativa, para a obtenção do equilíbrio e da tranqüilidade física e mental.
Para um bom desempenho em situações de competições, o praticante deve ter em vista, como um dos pontos, o budô. Isto é, ser cortês e ter atitude respeitosa. Isso irá influenciar todo o ambiente; não se esquecer das palavras do mestre Funakoshi: “O karatê se inicia e termina com os cumprimentos de cortesia”. Assim, habituar-se a uma conduta de respeito em relação aos outros, evitando que a luta seja pura manifestação de instintos primitivos. No karatê, se não há disciplina, a violência impera. Ainda, o cumprimento não deve ser falso, um disfarce de más intenções, mas deve surgir de uma convicção interior, como demonstração de serenidade, firmeza e integridade de cada lutador.
Comemorações excessivas após a vitória sobre um oponente em um campeonato são falta de respeito e de budô e, podem até desclassificar o vencedor. Devemos respeitar o oponente, pois, nem sempre vence o melhor em um campeonato, como o seria em um duelo envolvendo a vida e a morte. Também não devemos usar palavras difamadoras ou de baixo calão com os nossos companheiros de treino ou oponentes de luta.

  1. TODOME-WAZA
          No karatê-do tradicional não se enfatiza a seqüência de golpes como em algumas artes marciais. Enfatizamos o Todome-waza (golpe definitivo) – onde um único golpe destrói o poder ofensivo do oponente, por isso apenas o ippon como pontuação máxima, e não nihon e sanbon como no karatê esporte. Com os treinamentos de kumitê, que é o combate real, utilizamos conhecimentos de kihon, kata e en-bu, testando nossas habilidades e aplicando a técnica de acordo com o adversário, buscando sempre o Todome-Waza (golpe definitivo), pois o karatê é arte de golpe único.
Segundo Nishiyama (2007) todome-waza é um golpe definitivo, onde o poder ofensivo do oponente é destruido com um único golpe, podendo ser Tsuki (soco), Uchi (golpe de percursão, Ate (choque ou impacto), ou Keri (chute).
As técnicas de luta de okinawa, ou seja, todome-waza, requerem anos de treinamento dos exercícios de base, que tem por objetivo alcançar velocidade, capacidade e rapidez de contração, focalização precisa, reunião e desencadeamento das forças em cada golpe. Esta busca de técnicas eficientes é denominada todome-waza.

BIBLIOGRAFIA


NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NISHIYAMA, Hidetaka. Competition Rules, Copyright by: International traditional federation, Inc. (Hidetaka Nishiyama, Chairman), 2007.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.

AS TÉCNICAS DO KARATÊ PARTE 3: GO-NO-SEN, TAI-NO-SEN, SEN-NO-SEN


  1.      GO-NO-SEN
É um estado de plena atividade mental, de atenção. Exerce-se uma forte pressão mental no adversário, fica-se aguardando e, logo após o término do seu ataque, em estado de completo jitsu, realiza-se o contra ataque (ação em dois tempos).

       2.      TAI-NO-SEN

É um trabalho de alta técnica que envolve uma reação motora. Tai significa esperar a intenção do adversário, aproveitar o momento da sua ação, “sugar” a sua força e contra-atacar, utilizando a força do adversário para vencê-lo (ação em um tempo e meio)

3.      SEN-NO-SEN

Para o praticante de artes marciais japonesas, é muito importante adquirir a percepção antecipada de uma dada situação; prevenir ou perceber a intenção do atacante, antes mesmo que ele realize qualquer reação de ataque e, então, reagir da forma mais adequada possível. Este é considerado o estado ideal, na arte marcial, pois antecipar situações sempre trouxe vantagens indiscutíveis tanto na luta como na vida social (ação em um tempo).

BIBLIOGRAFIA

NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.

sábado, 4 de junho de 2011

AS TÉCNICAS DO KARATE-DO PARTE 2


KARATE SHOTOKAN – TÉCNICAS BÁSICAS


 ILUSTRAÇÃO: BASES DO KARATE


1. BASES


Conforme Nakayama (1987), a aplicação dos golpes com postura adequada é fundamental, pois, no momento do impacto, se produz um forte contra-impacto (Ação e Reação, terceira lei de Newton), que para suportá-lo é importante a firmeza das articulações.
Para a obtenção do máximo de potência, é necessário ter equilíbrio e estabilidade, o que é alcançado com uma forma ou postura correta. Consideramos forma correta o posicionamento equilibrado do corpo desde a base (dachi) de sustentação até o ponto de contato com o adversário.
Quanto à base, é importante ter-se em conta que ao abaixar muito o centro de gravidade (base excessivamente longa), alcança-se maior equilíbrio, mas reduz-se a mobilidade. Portanto, é importante a utilização de uma base firme, porém elástica, que possibilite deslocamentos rápidos sem comprometimento do equilíbrio e da estabilidade. No kumite, isso significa base mais alta e flexível na preparação do golpe e base profunda e firme na finalização do golpe.
Através das técnicas básicas ou fundamentos, inicia-se o estudo do karatê. São movimentos de fácil aprendizado que devemos aperfeiçoar ao longo de vários anos de treinamento vigoroso e constante, a fim de alcançar maior eficiência.
            A forma correta de execução das técnicas proporciona melhor estabilidade articular para suportar o contra-impacto decorrente da aplicação das mesmas (tsuki e keri principalmente), aumentando o equilíbrio e possibilitando a rápida troca de posição do centro de gravidade. O que facilita a passagem de um movimento para outro em grande velocidade.
Uma boa base favorece o trabalho harmonioso de todo o corpo para a ampliação da potência dos golpes. Um ataque ou defesa forte é conseguido somente pela execução de bases corretas. Eles dependem de equilíbrio, liberdade para o giro do quadril, velocidade e força, que são necessários à realização do movimento. Eles dependem também, da cooperação dos músculos agonistas e antagonistas (coordenação da contração / descontração muscular), para alcançar uma forma firme e estável.
Cada base tem um objetivo e deve ser treinada corretamente. A descaracterização da base para torná-la mais confortável, reduz ou elimina a eficiência das técnicas de ataque ou defesa e desacelera ou estagna o progresso do praticante.

BASES MAIS UTILIZADAS

1.1. SHIZEN-TAI - Posição natural. Pernas estendidas, corpo ereto e relaxado, utilizando-se o mínimo de gasto de energia para mantê-lo nesta posição. Pode-se passar facilmente a posição de ataque ou defesa. Engloba diversas formas diferenciadas pela disposição dos pés. Renoji-dachi - pés em L, calcanhares alinhados com distancia de aproximadamente um pé entre eles.
Heiko-dachi - pés paralelos, alinhados, mantendo a distância da largura do quadril para mulheres, ou do ombro para os homens.
Heisoku-dachi - pés unidos, calcanhares e pontas dos pés tocam-se ligeiramente.
Musubi-dachi - pés abduzidos, apontando para fora, os calcanhares se tocam.

1.2. ZENKUTSU-DACHI - Posição avançada - Muito eficiente para trabalhar a força para frente nos ataques. É também utilizada nas defesas.
- Os pés afastam-se no plano sagital em aproximadamente 80 cm e lateralmente na largura do quadril, com toda a planta no chão. A ponta do pé da frente dirige-se para frente ou ligeiramente para o interior, enquanto o pé de trás dirige-se para frente o máximo possível.
- O joelho da perna da frente deve estar flexionado e o da perna de trás manter uma reserva para melhor fixação do tanden. Ambos encontram-se contraídos para fora. Traçando uma linha perpendicular do joelho ao chão, esta deve situar-se ao lado da base do hálux (dedão).
- 60% do peso do corpo são sustentados pela perna da frente, os 40% restantes, pela perna de trás.
- 0 tronco permanece perpendicular ao chão e fortemente assentado sobre o quadril em retroversão (quadril encaixado).

1.3. KOKUTSU-DACHI - Posição recuada - É uma postura muito forte, sendo bastante eficaz para defender ou esquivar para trás ou obliquamente e trocar rapidamente para zenkutsu-dachi no contra-ataque.
- Os pés encontraram-se alinhados e afastados no plano sagital em aproximadamente 80 cm. O pé de trás, apontado para o lado, suporta sobre toda planta 70% do peso do corpo, enquanto o pé da frente, apontado para frente, suporta os 30% restantes. Ambos formam aproximadamente um ângulo de 90° (graus) entre si.
- O joelho da perna de trás dobra-se para o lado e contrai-se fortemente para fora. Uma linha perpendicular ao chão, deve passar pelo meio do joelho e cair ao lado da base do hálux. O joelho da perna da frente acha-se ligeiramente flexionado e apontado para adiante.
- O quadril encaixado assenta o tronco perpendicular ao chão.

1.4. KIBA-DACHI - Posição de cavaleiro - É uma postura muito forte para a aplicação de golpes para os lados. Seu nome é devido à semelhança com a posição de cavalgar.

- Os pés se afastam no plano frontal em aproximadamente 80 cm, mantendo-se alinhados e paralelos. Aderem fortemente ao chão com toda planta.

- Os joelhos dobrados para frente com contração para fora, de forma que a linha perpendicular caia ao lado da base do hálux.

- O peso do corpo divide-se igualmente entre as duas pernas.

- A retroversão do quadril é importante na manutenção do equilíbrio. O tronco deve manter-se perpendicular ao chão.



1.5. SOCHIN-DACHI – Posição imóvel –  É uma combinação de zenkutsu-dachi com kiba-dachi, sendo a perna frontal zenkutsu e a perna de trás kibadachi. Os joelhos são totalmente dobrados, como em kiba-dachi, no entanto a posição dos pés é diferente. Posição excelente para partir-se da defesa para o contra-ataque, sendo considerada uma posição firme, segura.


OBS.: Em todas as bases acima, os joelhos devem ser forçados para fora, manter pressão para a parte externa do corpo e o quadril encaixado deve assentar o tronco perpendicular ao chão, mantendo o tanden em conexão com o kami-tanden (no centro da cabeça, entre as sobrancelhas, olhar e postura da cabeça em relação ao corpo).

BIBLIOGRAFIA

NAKAYAMA, Masatoshi. Karatê Dinâmico, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2004.
NISHIYAMA, Hidetaka & BROWN, C. Richard.  Karate – The art of “empty hand” fighting, Charles E. Tuttle Company: Rutland, Vermont: Tokyo Japan, seventy-fourth printing, 1986. First edition-1960.
NAKAYAMA, Masatoshi. O Melhor do Karatê, Vol. 1 e 2, Editora Pensamento-Cultrix, São Paulo, SP, 2002.
FUNAKOSHI, Guichin. Karate-do Nuymon – the master introductory text, KODANSHA INTERNATIONAL, New York, 1987.
SASAKI, Yasuyuki. Clínica de Esportes Karatê-dô, USP, Centro de Práticas Esportivas-CEPEUSP, São Paulo-SP, 1993.